Dormir na companhia de bilhões de ácaros é uma das muitas coisas essenciais que você pode fazer sobre seu colchão. Passamos cochilando por 1/3 da nossa vida – algo como 25 anos inteiros. Não é à toa que os cientistas investem um bocado de tempo e dinheiro para desvendar por quê, como e quanto dormimos.
Bom, o quanto dormimos é uma coisa, tipo assim, depende, entende? A maioria dos adultos precisa de 7h de sono por noite, outros se satisfazem com apenas 5h. Crianças e adolescentes precisam de um pouco mais: 9 a 10h. Mas o fato é que o número ideal de horas de sono varia de uma pessoa para a outra e até mesmo em uma mesma pessoa, dependendo do dia, da fase da lua e da quantidade de dívidas no final do mês.
Tão ou mais importante que a quantidade é a qualidade das horas que você passa dormindo. Um sono ruim abre as portas para uma série de problemas de saúde e dificulta o tratamento de outros tantos. Os Distúrbios do Sono, como são conhecidas estas alterações, abrangem mais de 85 distúrbios diferentes, dos quais a Insônia, o Ronco, a Apnéia do Sono e a Síndrome da Privação do Sono são os mais conhecidos.
A Insônia afeta uma em cada 3 pessoas e pode triplicar o risco de mortalidade em idosos. O Ronco está presente em 45% das pessoas e é considerado um dos principais motivos que levam jovens casais a morar em apartamentos de 2 quartos. Mas é a Apnéia do Sono o distúrbio mais estudado nos últimos anos.
A Apnéia do Sono, caracterizada por períodos de ausência de respiração enquanto você dorme, pode afetar seriamente seu organismo. Por exemplo: de cada 10 pessoas que sofrem deste distúrbio, 4 desenvolvem Hipertensão Arterial. Essas pessoas também possuem um risco 15 vezes maior de se envolverem em acidentes automobilísticos. O motivo: uma hora e meia de sono de má-qualidade significa uma redução de 32% no nível de atenção durante o dia – e uma grande probabilidade de ter que chamar sua Seguradora no meio do trânsito.
De um modo geral, a Insônia, o Ronco e a Apnéia deságuam na chamada Síndrome da Privação do Sono. Sabe aquele sujeito que acorda apenas quando o alarme está ficando rouco, passa o dia sentindo um cansaço irritante e vai dormir com dores de cabeça que nunca melhoram? Ele pode estar sofrendo de Síndrome de Privação do Sono e ainda nem acordou para o problema.
Uns poucos dias de Privação são suficientes para que o corpo reaja como se tivesse envelhecido vários anos: o raciocínio torna-se lento; a memória, incerta; o metabolismo se altera, a capacidade de concentração e a resistência para atividades físicas caem, e o sistema de defesa ameaça tirar férias. Se a Privação persistir, podem ocorrer infecções de repetição, alterações cardiovasculares e até mesmo diabetes.
Então tá. Um bom sono é essencial para sua saúde, mas como fazer para manter a boa saúde do seu sono? Além de tudo aquilo que você está careca de saber (praticar exercícios regularmente, levar uma alimentação saudável, evitar o excesso de peso, não fumar, e blá blá blá), existem algumas orientações específicas bastante úteis:
Alessandro Loiola é médico amigo e colaborador do Cada Dia, escritor e palestrante, autor dos livros “Vida e Saúde da Criança” e “Crianças em forma: saúde na balança”.