Muitos pesquisadores consideram a Tensão Pré-Menstrual, ou TPM, um evento fisiológico absolutamente normal. Do mesmo nível que crises de riso, flatulências em público e homens que não cortam as unhas dos pés. É óbvio que estes pesquisadores devem ser solteiros, moram em gaiolas e não tem a menor idéia do que estão falando.
A TPM afeta até 80% as mulheres em algum momento de suas vidas, sendo mais comum entre os 20 e 30 anos de idade. Em cerca de 5% dos casos, os sintomas são graves o suficiente para incapacitar completamente a pobre durante a crise. E isso não tem nada de fisiológico.
A lista de sintomas da TPM possui mais de 150 itens, sendo os principais: cólicas abdominais (causadas pela contração do útero), fadiga, urticária, irritabilidade, isolamento social, depressão, ansiedade, insônia, baixa auto-estima, dores para todo lado, baixo desejo sexual, hiperreatividade emocional (briga com filhos, marido, cabelo, geladeira, esmalte, meia-calça…), problemas de memória, dificuldade de concentração, incapacidade para terminar tarefas, náuseas e alterações do apetite.
Não se sabe a causa exata da TPM. Alguns sugerem que a síndrome esteja relacionada a uma sensibilidade anormal aos níveis de progesterona liberados durante a segunda metade do ciclo menstrual. Um dos efeitos desta supersensibilidade consistiria na redução dos níveis serotonina, um neurotransmissor envolvido no controle do humor.
De fato, boa parte das manifestações da TPM está relacionada às alterações nos níveis de estrogênio e progesterona, que começam a ocorrer uma ou duas semanas antes de chegada da menstruação. Outros fatores hormonais, nutricionais e afetivos também participam da entorna do caldo.
Algumas mulheres sofrem de TPM a vida inteira, outras nunca, algumas nem percebem. Se você acha que tem sorte e a TPM ainda não lhe pegou, tenho uma notícia: lembra aquele dia em que você percebeu no almoço que havia saído cedo de casa com a blusa virada de frente para trás? E apenas no final da tarde se deu conta que havia consertado colocando do lado avesso? Era ela. A bendita. A TPM.
E quando você começou a pensar que o homem perfeito não era alto, moreno e sexy, mas qualquer um que viesse cego, amordaçado e de preferência em chamas ou com alguma doença terminal? Pois olha aí. Ela de novo.
Dizem que principal diferença entre um grupo de terroristas e um grupo de mulheres com TPM é que você pode negociar com o primeiro. Pessoalmente, eu não acredito nisso. Alguns terroristas não são perigosos desse jeito. Em todo caso, para ajudar a controlar a TPM e evitar acidentes com armas biológicas no futuro, recomendo que você considere as seguintes dicas:
Alessandro Loiola – Médico, escritor e palestrante, autor dos livros “Vida e Saúde da Criança” e “Crianças em forma: saúde na balança” – Amigo e colaborador do Cada Dia.